Clube com mais jogadores convocados no Brasil, o
Flamengo
terá grande prejuízo nas próximas semanas com a disputa da Copa América. Arrascaeta, De la Cruz, Erick Pulgar, Varela e Viña, quatro titulares absolutos e um lateral-esquerdo que vinha flertando com a vaga no time principal por suas ótimas atuações, vão desfalcar o Rubro-Negro por até nove rodadas do Campeonato Brasileiro. E esse número ainda deve subir no segundo semestre.
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Explica-se:
para não atrasar a Série A, a CBF vai usar as Datas Fifa (de setembro e outubro) para recuperar os jogos adiados em virtude das enchentes no Rio Grande do Sul. Duas rodadas foram empurradas para a frente, e a tendência é que o
Flamengo
jogue contra o Atlético-MG na 33ª rodada em uma Data Fifa. Além disso, caso o Internacional se classifique para os playoffs da Sul-Americana, deve ser outro adversário que o Rubro-Negro terá que enfrentar sem os seus jogadores de seleção.
Durante a Copa América, se Uruguai ou Chile avançar até a semifinal (a decisão é no dia 14 de julho, com a disputa de terceiro lugar na véspera), o
Flamengo
terá desfalques dos seus convocados contra: Grêmio (Maracanã), Athletico-PR (Ligga Arena), Bahia (Maracanã), Fluminense (Maracanã), Juventude (Alfredo Jaconi), Cruzeiro (Maracanã), Atlético-MG (Arena MRV), Cuiabá (Maracanã) e Fortaleza (Maracanã).
Atualmente na liderança do Campeonato Brasileiro com 14 pontos, o
Flamengo
teme reviver o drama que passou em 2021. No ano da última Copa América, o Rubro-Negro buscava um inédito tricampeonato nacional seguido e o nono de sua história, mas viu os muitos desfalques (entre lesões e convocação) atrapalharem as suas chances de título. Considerando só os jogadores nas seleções, o clube disputou 14 rodadas daquela edição sem ao menos um de seus selecionáveis.
Como o calendário daquele ano começou só em março em função da paralisação da pandemia da Covid-19 na temporada anterior, a Copa América começou quase simultaneamente ao Campeonato Brasileiro. Seu início foi junto da terceira rodada, e o
Flamengo
na época, atual bicampeão, havia estreado com vitória sobre o Palmeiras e teve a segunda partida, contra o Grêmio, adiada.
Entre a terceira e a 10ª rodada, o Rubro-Negro teve mais um jogo adiado, contra o Athletico-PR, e disputou sete partidas durante a Copa América, quando Gabigol e Everton Ribeiro estavam na seleção brasileira, enquanto Arrascaeta e Isla, na uruguaia e chilena, respectivamente. O
Flamengo
venceu o América-MG (2 a 0 no Maracanã); perdeu do Bragantino (3 a 2 no Maracanã); ganhou do Fortaleza (2 a 1 no Maracanã); foi derrotado pelo Juventude (1 a 0 no Alfredo Jaconi); bateu o Cuiabá (2 a 0 na Arena Pantanal); e perdeu do Fluminense (1 a 0 na Neo Química Arena) e do Atlético-MG (2 a 1 no Mineirão).
No último jogo da sequência, contra o Galo, Isla e Arrascaeta já tinham voltado, enquanto Everton Ribeiro e Gabigol continuaram fora porque o Brasil chegou à final daquela Copa América (o atacante ainda voltou machucado e só foi estrear no Brasileirão na 12ª rodada).
Sem os seus selecionáveis, o Flamengo teve só 42,8% de aproveitamento e entrou em crise, o que o fez demitir o técnico Rogério Ceni e contratar Renato Gaúcho. Na abertura da 11ª rodada, o Rubro-Negro ainda tinha dois jogos a menos e era o 12º colocado com 12 pontos, 10 atrás do líder Palmeiras.
Após a Copa América, a CBF chegou a anunciar que adiaria as partidas dos clubes que tivessem convocados para as próximas rodadas das eliminatórias da Copa do Mundo, mas depois voltou atrás e
irritou os dirigentes rubro-negros. Quando veio a Data Fifa de outubro, o
Flamengo
ainda tinha dois jogos a menos, mas havia reagido no campeonato com Renato Gaúcho. O time estava em terceiro lugar com 38 pontos, 11 atrás do líder Atlético-MG, quando voltou a não poder contar com seu quarteto, convocado mais uma vez.
Sem os selecionáveis, o
Flamengo
empatou com o Bragantino (1 a 1 no Nabi Abi Chedid) e venceu o Fortaleza (3 a 0 no Castelão) e o Juventude (3 a 1 no Maracanã). O desempenho de 77,7% no período fez o time assumir a vice-liderança, mas continuava 11 pontos atrás do Galo. Se tivesse batido o Bragantino, a diferença teria caído para nove, sendo que o Rubro-Negro continuava àquela altura do campeonato com dois jogos a menos que poderiam fazê-lo encostar no líder.
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Quando chegou a Data Fifa de novembro, o
Flamengo
havia perdido a vice-liderança para o Palmeiras, mas em compensação tinha tirado mais um ponto em relação ao Atlético-MG: a diferença era de 49 contra 59 pontos do Galo. Do quarteto, o Rubro-Negro perdeu apenas Isla convocado e empatou com a Chapecoense (2 a 2 na Arena Condá) e venceu Bahia (3 a 0) no Maracanã, São Paulo (4 a 0 no Morumbi) e Corinthians (1 a 0 no Maracanã).
Menos desfalcado, o time teve um desempenho de 83,3% no período, mas o único tropeço, diante da Chapecoense, fez a diferença para o Atlético-MG aumentar e levou o time a virar definitivamente o foco para a final da Libertadores contra o Palmeiras. Quando Isla voltou na 33ª rodada, o Rubro-Negro era vice-líder com 63 pontos, oito atrás do Galo, mas já não tinha mais o “trunfo” dos jogos adiados para tentar diminuir a diferença. E o
Flamengo
acabou como vice-campeão com 71 pontos.
Desde então, o
Flamengo
não conseguiu voltar a ser campeão brasileiro. Em 2022, o Rubro-Negro “abriu mão” da Série A ao jogar com times reservas, terminou em quinto lugar e focou nas copas, sendo recompensado com os títulos da Libertadores e da Copa do Brasil. Já em 2023, o Rubro-Negro não ganhou nada e terminou em quarto lugar, longe de lutar pela Série A. Esse ano com Tite, a equipe conquistou o Carioca, está viva em todas as frentes e tem expectativa alta de brigar pelo Brasileirão.
Assista: tudo sobre o
Flamengo
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Fonte: netfla.com.br