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A torcida do Flamengo perdeu um de seus maiores ídolos nesta segunda-feira. O ex-meio-campista Adílio, que se eternizou com a camisa 8 rubro-negra, não resistiu a um câncer no pâncreas, condição que teve piora nos últimos meses. Ele estava internado no Hospital Rios D’Or. Adílio tinha 68 anos.

O jogador já vinha

tratando a condição nos últimos meses

. Passou por cirurgia em março por contas de dores na região do tronco, mas o problema de saúde avançou. Ele deixa a esposa Sônia e três filhos: Soni Adílio (36 anos), Adílio Júnior (41) e Bruna (42). Os dois últimos, do primeiro casamento, com Rosemary.

“Um anjo rubro-negro que voa rumo à eternidade.

As asas de um moleque sonhador o fizeram superar qualquer muro. Os campos da Gávea construíram amizades angelicais. Seus pés pareciam flutuar com a bola nos pés e foi assim que Adílio conquistou o mundo vestindo o Manto Sagrado. Seu sorriso, sua generosidade e sua bondade encantaram a quem o conheceu. O símbolo máximo do rubro-negrismo expresso no abraço infinito: comemorar gol de título com os braços rumo aos céus, dando jeito para cabermos milhões de nós na catarse de euforia, amor e paixão. Seus gols, dribles e comemorações marcaram para sempre a história do Mais Querido. Todo rubro-negro tem o privilégio de poder reverenciar o “Brown” como integrante da prateleira mais alta do nosso panteão. Hoje, nos despedimos do nosso Camisa 8, mas para nossa sorte, assim como o traçado do número eternizado, Adílio é infinito”, escreveu o Flamengo.

Adílio era um meia clássico, de técnica apurada. Atuava centralizado ou caindo pela direita do campo. Na infância, jogava futebol com os colegas da Cruzada São Sebastião, comunidade da Zona Sul do Rio de Janeiro. Um dos amigos de infância, Julinho, que mais tarde viraria Júlio César Uri Geller, o acompanhou por quase toda a trajetória na base do rubro-negro. Entre o início da trajetória no Flamengo, jogava peladas na praia.

Vestiu a camisa 10 na estreia, em 1975, mas só naquele momento, já que o dono era Zico. Com a 8, que disputou por anos com Carpegiani, fez história ao lado do Galinho e de Andrade, em meio-campo histórico do Flamengo. Juntos, conquistaram o Mundial de 1981, sobre o Liverpool, o maior título da história do clube.

Adílio passou 14 anos no Flamengo. Conquistou também a Libertadores de 1981, três Brasileiros e cinco Cariocas. No total, fez 615 jogos com a camisa rubro-negra, terceiro que mais jogou pelo clube. Foi considerado por muitos o melhor em campo na final do Brasileirão de 1983, contra o Santos, na qual marcou o terceiro gol do 3 a 0. Fez dois jogos pela seleção brasileira, mas acabou não sendo convocado por Telê Santana para a Copa do Mundo de 1982, quando vivia o auge da carreira.

A saída do Flamengo, em 1987, foi o início de uma década de várias experiências de Adílio pelo futebol regional e até fora do Brasil. Passou por clubes como Barcelona de Guayaquil-EQU, Itumbiara-MG, Inter de Lages-RS, Alianza LIma-PER, Avaí, Friburguense e Serrano-BA.

Nos últimos anos da carreira, se aventurou no futsal, onde tudo começou no Flamengo. Fez parte do elenco da seleção brasileira campeão mundial de 1989. Encerrou de vez as atividades em campo e em quadra em 1996, após atuar pelo Borussia Fuld, da Alemanha.

Eleito sétimo maior ídolo da história do Flamengo pelo GLOBO, Adílio ainda foi técnico de categorias de base no Flamengo e chegou a trabalhar no time profissional em curtos momentos. Antes, treinou o CFZ, clube de Zico, e o Bahrain, da Arábia Saudita. Agora, fica eterno nos corações rubro-negros.

Fonte: netfla.com.br