Além do sonho do estádio próprio, outro tema que vem aguçando a curiosidade de torcedores do
é a volta do projeto de ter um clube na Europa. Principalmente depois que o
presidente Rodolfo Landim afirmou, em entrevista ao canal “Charla Podcast” no YouTube, que as negociações estão avançadas com o Leixões
, de Portugal.
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Para explicar melhor o panorama, o
ge
preparou em formato de FAQs (“Frequently Asked Questions” em inglês, que em tradução livre significa “Respostas para Perguntas Frequentes”) tudo o que se sabe até agora e o que ainda falta saber sobre o sonho rubro-negro do clube europeu.
Veja abaixo:
A ideia é adquirir os 56% do Leixões que pertencem à empresa “Playfair”, dona da SAD (como é chamada a SAF em Portugal) do clube, que atravessa anos de crise financeira. Como a porcentagem é superior a 50%, o
seria o sócio majoritário e teria o poder de decisão. Porém, isso ainda precisará ser aprovado no Conselho Deliberativo rubro-negro.
O Leixões também precisará aprovar no conselho?
Torcida do Leixões protesta contra possibilidade de clube ser adquirido pelo Flamengo — Foto: Reprodução
Não. Como trata-se de uma SAD, a decisão passa apenas pelo dono, no caso a “Playfair”. Mas a diretoria fará uma reunião na próxima segunda-feira com associados e torcedores do clube para esclarecer o assunto. O Leixões tem cerca de 5 mil sócios no seu quadro, e
nesta semana houve protesto contra a venda
.
Qual será o valor da operação?
Isso ainda não foi definido. Por enquanto, conforme noticiou a imprensa portuguesa, houve um aporte financeiro do fundo Santa Monica, empresa sediada no Rio de Janeiro, que permitiu colocar os salários do clube em dia e comprar o Complexo Desportivo de Fão por cerca de 1,5 milhão de euros (R$ 9,1 milhões). A ideia do Leixões, que já começou a treinar no CT, é ainda fazer mais dois campos no local, que antes era alugado pelo Braga para jogos da base e do time B.
Complexo Desportivo de Fão — Foto: Divulgação / SC Braga
Que fundo é esse?
Com a razão social “Santa Monica Fundo de Investimento em Cotas de Fundos de Investimento Multimercado”, a empresa é sediada no bairro de Botafogo e existe desde novembro de 2020. Segundo cadastro em sites especializados, ela tem como principal atividade econômica “fundos de investimento, exceto previdenciários e imobiliários” e possui um faturamento anual entre R$ 100 milhões e R$ 200 milhões. Até o momento, não apareceu nenhuma ligação do fundo com o
, que internamente alega não ter feito ainda qualquer aporte financeiro no Leixões.
Como ficará a identidade do clube?
Gabriel Noga com a camisa 1 do Leixões — Foto: Divulgação
Uma vez concluída a operação, a ideia é preservar a identidade visual do Leixões. Tanto o escudo, que tem uma raquete de ténis, uma bola de futebol e um bastão de críquete representando os vários esportes do clube, quanto o uniforme principal vermelho e branco serão mantidos. Mas não estão descartadas mudanças no segundo uniforme, que poderia adotar o rubro-negro.
Qual é o estádio do Leixões?
Chama-se Estádio do Mar e leva esse nome em homenagem aos pescadores da cidade que ajudaram a financiar a sua construção. Ele foi inaugurado em 1964, remodelado em 1988 e atualmente possui capacidade para cerca de 10 mil torcedores.
Estádio do Mar, do Leixões — Foto: Divulgação / Leixões
Não, a SAD é específica do futebol, e o
passaria a responder pelos três times profissionais do Leixões: a equipe principal, que atualmente está na Segunda Divisão portuguesa; o time B, formado por jovens de 21 anos que disputa a Quinta Divisão do país; e o sub-23. O futebol de base, o futebol feminino e outros nove esportes continuariam sob a alçada do clube social português: handebol, atletismo, bilhar, futsal (masculino e feminino), futebol de praia, karatê, natação, polo aquático e vôlei (masculino e feminino).
Qual o tamanho do Leixões no futebol português?
É um clube de 116 anos de fundação (só 12 mais novo que o
) da cidade de Matosinhos, ao Norte de Portugal, perto do Porto, e que tem cerca de 50 mil torcedores. O time já disputou a elite do país 25 vezes, tendo um quinto lugar como sua melhor colocação em 1962/63, e tem apenas um título de expressão na história: a Taça de Portugal de 1960/61 (conquistou também duas vezes a Segunda Divisão em 1937/38 e 2006/07).
As décadas de 1960 e 70 marcam a melhor fase do Leixões, com 18 anos seguidos na Primeira Divisão, entre 1959 e 1977. Além do título da Taça de Portugal, o clube chegou outras seis vezes às quartas de final e uma à semifinal da competição no período. Sua última vez na elite foi na temporada 2009/10. Seus principais rivais são: Leça FC (Quarta Divisão), Varzim (Terceira Divisão) e Rio Ave (Primeira Divisão).
Jogo do Leixões no Estádio do Mar na temporada 2023/24 — Foto: Twitter/Leixões SAD
O
tem a ideia de adquirir um clube em Portugal desde 2021 (o primeiro foi o Tondela, mas a negociação não foi adiante) para gerar visibilidade, ter receita em Euro e criar uma vitrine na Europa para alguns de seus atletas, principalmente os jovens em transição da base para o profissional (há um estudo que aponta que os jogadores que atuam na Europa são 20% mais caros do que aqueles na América do Sul). O plano é levar o Leixões à Primeira Divisão dentro de duas a três temporadas.
O Leixões corre risco de punição?
Sim. Em 2020, o clube foi condenado na operação “Jogo Duplo” por envolvimento em práticas de corrupção, que teriam acontecido em 2016 com outra gestão. A pena foi uma multa de 60 mil euros e a proibição de participar das duas principais divisões do país por dois anos. A diretoria do Leixões recorreu, e o processo ainda corre na Justiça. Se perder nos tribunais, o clube seria rebaixado para a Terceira Divisão. Porém, o departamento jurídico português confia em reverter a situação.
Fonte: netfla.com.br
