William Rogatto é indicado pelo Ministério Público do Distrito Federal como líder de esquema
A CPI da Fraudulência de Jogos e Apostas teve mais um capítulo nesta semana, no Senado. Conhecido como “Monarca do Degradismo”, William Pereira Rogatto admitiu que fraudou diversos resultados que resultaram no rebaixamento de 42 equipes. Em depoimento, o ‘manipulador’ mencionou John Textor, proprietário da Empresa Anônima do Futebol (EAF) Botafogo.
“Eu te asseguro que John Textor não está completamente equivocado. Rotulam-no de insano, mas ele não é tão insano assim“, afirmou Rogatto. O jovem é apontado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) como líder do esquema que utilizou o time Santa Maria para manipular resultados no Campeonato Brasiliense de 2024.
Além disso, Rogatto alegou ter lucrado aproximadamente R$ 300 milhões com manipulação de resultados. Neste ano, o ‘manipulador’ foi designado para rebaixar o Santa Maria. Segundo o investigado, este foi o 42º descenso do qual participou.
ROGATTO DETALHA SUAS AÇÕES
— (Estou) Confesso, completamente. Comecei a trazer jogadores renomados, demonstrando para ela (Dayana Nunes, presidente do Santa Maria) que eu faria um ótimo campeonato. Depois, mencionei que meus jogadores renomados não poderiam participar, mas que daria tudo certo. E, infelizmente, acabei rebaixando o Santa Maria. Desculpe, mais uma vez, peço perdão às pessoas — explicou.
Em março, o MPDFT realizou busca e apreensão de bens de Rogatto e dois jogadores do Santa Maria: o lateral direito Nathan Henrique e o zagueiro Alexandre Batista. De acordo com as investigações, os dois atletas agiram intencionalmente para interferir nos resultados das partidas da equipe no campeonato local.
O QUE TEXTOR DECLAROU
Mencionado por Rogatto durante o interrogatório, Textor também prestou depoimento na CPI da Fraudulência de Jogos e Apostas. Seis meses atrás, o norte-americano fez graves acusações à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e também aos árbitros, afinal.
— Existe obscuridade na escolha dos árbitros… Precisamos de liderança na CBF. Vocês deveriam restringir o poder da CBF. Deveriam privatizar a gestão da liga. Há uma influência muito forte por trás da organização do campeonato — comentou Textor, em abril.
— Acabei me tornando uma figura polarizadora. Isso se tornou meu fardo. Vocês sabem o que estão fazendo e peço que reduzam o poder da CBF. O Brasil exporta os melhores jogadores do mundo. E acredito que esse jogo precisa ser jogado aqui. Então, é hora de limpar tudo isso — finalizou Textor, na época.
Fonte: colunadofla.com