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Relacionamentos felizes também terminam. No caso de

Flamengo

e

Gabigol

, um fim digno vai evitar que a relação se deteriore a ponto de turvar tantas lindas memórias de cinco anos venturosos. Não há argumento mais forte do que a vontade dos protagonistas dessa história, tornada pública nos últimos dias: um não quer mais saber do outro.


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É natural o estranhamento, por muitos motivos. Não é fácil se despedir de um ídolo. Por anos, Gabriel foi a encarnação perfeita da confiança típica da torcida do Flamengo. O carisma, os penteados, a maneira como comemorava os gols e as reações que gerava em crianças e adultos certamente foram importantes para transformá-lo em alvo de adoração.

Mas por um momento é preciso deixar de lado tais aspectos.

O que levou Gabigol ao Olimpo do clube foi outra coisa, justamente o que está em falta há algum tempo: futebol. O que garantiu a ele um lugar à mesa de Zico na história do Flamengo foram gols e atuações decisivas, que resultaram em tantas e tantas voltas olímpicas.

Na maior parte do tempo, Gabriel e Flamengo executaram à perfeição o acordo mais básico possível, como em qualquer relação de trabalho funcional (neste caso com muitos benefícios extras). Cada um cumpria a própria parte e, juntos, os dois faziam uma multidão feliz.

O onipresente cartaz que dizia “Hoje tem gol do Gabigol” é a mais simples (e portanto mais genial) exaltação já feita a um atacante. Ao mesmo tempo homenagem e aviso do inevitável. Mesmo no terrível 2023 sem títulos, em que foi passageiro de decisões ruins tomadas por outros, Gabigol fez 20 gols.


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Tal arranjo se quebrou em 2024 — e nada indica que será possível reconstruí-lo. É justo examinar causas e distribuir responsabilidades (Landim, Braz, Tite, Pedro…), mas as evidências disponíveis apontam para o próprio Gabigol.

A coleção de provas que o jogador produziu contra si próprio talvez pudesse até ser perdoada e esquecida se houvesse algum indício de que o campo sustentaria tal confiança. Não há.

Deixar essa relação acabar não pode ser entendido como um ato de traição de nenhuma das partes. A idolatria e o lugar na história estão preservados. Flamengo e Gabriel foram muito felizes juntos, mas não estão obrigados a estarem juntos para sempre.

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Fonte: netfla.com.br