A bronca, uma defesa e o protagonismo: como Rossi foi o herói da sofrida classificação do Flamengo
Augustín Daniel Rossi poderia ser considerado um mero coadjuvante desde a sua chegada ao Flamengo , em 2023. Mas o goleiro argentino, de 29 anos, tem provado que o tempo pode tornar protagonistas aqueles personagens que quase sempre passam despercebidos. A prova disso foi vista na noite desta quarta-feira, no Maracanã.
Rossi em Flamengo x Bahia, pelo Brasileirão 2025 — Foto: Thiago Ribeiro/AGIF
A vitória do Flamengo por 1 a 0 e o inesperado sofrimento para garantir a classificação às oitavas de final tinham em seus papéis principais, até então, a forte retranca do Deportivo Táchira (Venezuela) e os responsáveis por derrubá-la: Luiz Araújo cobrou falta no pé esquerdo de Léo Pereira. Esse foi o gol salvador da vaga rubro-negra às oitavas de final da Libertadores, aos 20 do segundo tempo.
Enquanto isso, Rossi vivia apenas mais uma noite em que sua presença em campo só era notada nas raras vezes em que o time venezuelano passava da linha do meio de campo e arriscava alguma jogada mal sucedida. O principal ato do goleiro foi reclamar ao ouvir vaias vindas dos mais de 66 mil torcedores descontentes com o desempenho ao fim do apático primeiro tempo sem gols – o resultado naquele momento eliminava precocemente o time na fase de grupos.
O sinal de desaprovação direcionado aos torcedores era quase a cena de um anti-herói: personagens assim estão mais próximos da realidade do que aqueles heróis com roteiro desenhado e com perfil facilmente identificado. Talvez seja por isso que Rossi esteja cada vez mais caindo nas graças do torcedor rubro-negro.
A vontade de permanecer no Rio mesmo após ter tido o carro baleado neste mês também é algo a ser levado em questão na relação Rossi e Flamengo. A forma como superou a violência urbana parece ser reflexo de uma das principais habilidades do argentino: a frieza. Característica que ajudou na classificação.
Aos 49 minutos do segundo tempo, o coadjuvante assumiu o papel de protagonista e grande nome da partida. O Táchira agitou os minutos finais e se jogou ao ataque. Depois de uma cobrança de escanteio, a bola sobrou na pequena área para Cano. O atacante do Deportivo Táchira finalizou cara a cara com Rossi, que usou os pés para evitar o gol de empate e da eliminação do Flamengo na Libertadores.
+Vini Jr., João Gomes e Paquetá assistem ao jogo do Flamengo na Libertadores no Maracanã
A defesa que garantiu o alívio após o apito final mudou o gesto de Rossi em direção aos torcedores no Maracanã. A desaprovação pelas vaias foi substituída pelos aplausos do goleiro. Foi um ato de reconhecimento de um protagonista que revelou o problema crônico do Flamengo nesta edição de Libertadores: complicar jogos fáceis jogando em casa.
– Eu acho que é um pouco desnecessário porque o que a gente queria era classificar e classificamos. É para comemorar. Agora vem a fase das oitavas, a gente está vivo no Brasileirão, a gente passou na Copa do Brasil… Estamos muito felizes por isso. Nesse sentido, acho que é desnecessário. Sei que todo mundo quer definir em casa, mas ano passado ganhamos a Copa do Brasil decidindo fora. O mais importante é sempre contar com o apoio do torcedor – comentou Rossi na zona mista, quando questionado sobre as vaias da torcida.
O time de Filipe Luís sofreu muito mais do que deveria nos jogos no Maracanã nesta fase de grupos. Começou a Libertadores perdendo para o Central Córdoba, venceu a LDU em jogo que só a vitória interessava para se manter vivo na classificação e venceu Deportivo Táchira porque teve “mais Rossi do que juízo”. Essa foi uma das frases mais ouvidas na noite de quarta-feira.
No roteiro de 2025, o Flamengo agora coleciona mais um protagonista candidato a herói e que também já provou a importância que um coadjuvante tem para formar um elenco forte.
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Fonte: netfla.com.br