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No dia 16 de setembro de 2012, Adryan ainda tinha apenas 18 anos de idade. Ele entrou em campo pelo

Flamengo

no intervalo do jogo contra o Grêmio, pelo Campeonato Brasileiro, no Estádio Nilton Santos, com o time em desvantagem. Aos 15 minutos do segundo tempo, Ibson sofreu falta, e o jovem recebeu a bola das mãos de Vagner Love. Resultado: o golaço salvador do empate em 1 a 1, que aumentou a expectativa sobre o seu futuro, sendo tratado como mais um “novo Zico”.


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Na época, Adryan vinha de um ano de sucesso. Em 2011, foi campeão da Copa São Paulo, sendo titular aos 17 anos de um time sub-20. Conquistou o Sul-Americano Sub-17 com a seleção brasileira e ganhou a Chuteira de Bronze no Mundial da categoria, no qual o Brasil ficou em quarto lugar. No entanto, a carreira não decolou como se esperava. Neste sábado, ele está relacionado para defender a Portuguesa-RJ contra o Audax-RJ, às 15h30 (de Brasília, em Moça Bonita, pela quinta rodada do Grupo A6 da Série D do Brasileiro.


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– É difícil ter uma resposta (do motivo pelo qual não se firmou no Flamengo). As coisas acontecem como devem ser feitas, independentemente de tudo. Eu sempre dei o meu melhor no Flamengo, dentro do que eu tinha capacidade naquela época da minha idade, da minha maturidade, enfim. Com a maturidade que eu tenho hoje, com a cabeça que eu tenho hoje, com certeza teria sido muito diferente, mas infelizmente a gente aprende com o tempo e o tempo a gente não pode voltar atrás. Se eu ficar olhando para trás, pensando o que me faria dar certo, o que eu poderia ter feito para ser melhor, se eu ficar me martirizando com isso na cabeça, eu nunca vou conseguir seguir em frente – disse Adryan em entrevista ao

ge

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Quando ainda estava sob contrato com o Flamengo, Adryan passou por uma série de empréstimos. Depois, livre, continuou rodando o mundo, voltou ao Brasil, e, antes de acertar com a Portuguesa, estava no ABC, de Natal.

– A gente não pode olhar para trás, para ver o que poderia ser feito. A gente pega os erros, procura melhorar na frente, mas virou a página, tem que seguir. Creio que é maturidade, creio que por alguns fatores, até do clube (Flamengo) mesmo, não me fizeram atingir esse potencial, não é desculpa, não é questionamento, mas logicamente, eu como atleta, se em campo fizesse o esperado, hoje eu não estaria sendo questionado por isso. Então assim, aconteceu da forma que tinha que ser feito. Depois do Flamengo, tive experiências maravilhosas em outros clubes, consegui atingir um potencial altíssimo, não é à toa que joguei em grandes clubes, em grandes ligas e pude me destacar – comentou.

Adryan, ABC — Foto: Rennê Carvalho/ABC

Pai de Laura, de 11 anos, e Donatella, de u ano e nove meses, casado com Isabella Marano, ele decidiu aceitar a proposta da Portuguesa. Foi a volta ao Rio de Janeiro depois de mais sete anos passando por Cagliari, Leeds, Nantes, Sion, Kayserispor, Avaí, Brescia e ABC.

– Meu contrato com o ABC estava no fim. A Portuguesa parece que perdeu um meia, saiu daqui, e eles ficaram necessitados de um atleta dessa posição. Hoje o importante para mim é estar em campo, jogando, querendo que os objetivos do time sejam os meus. Eu tenho acompanhado a Portuguesa nos últimos anos, estão sempre batendo na trave. E me deu motivação para vir para cá. Além de eu estar em casa, de me sentir bem, tenho uma relação muito boa com o presidente daqui. Ele já tinha demonstrado outras vezes o interesse – comentou.

Na França, Adryan considera que viveu seu melhor momento. Em uma temporada com a camisa do Nantes, conseguiu ser titular na maior parte do tempo, marcou sete gols, mas o Flamengo não aceitou a proposta do clube francês na época, em 2016.

– O melhor momento da minha carreira, inquestionavelmente, foi no Nantes, na França. Eu tinha, se não me engano, 23 anos. Eu tinha sido emprestado antes para o Cagliari, da Itália, e para o Leeds, da Inglaterra. Quando fui para o Nantes, depois de uma certa rodagem, consegui desempenhar muito bons jogos. Foi uma experiência muito boa. Eles tiveram interesse em me comprar, e o Flamengo queria o valor mais alto. E acabou que voltei para o Flamengo – explicou.

Adryan Nantes — Foto: AFP

Entre as dificuldades que enfrentou, Adryan também passou problemas na pandemia. Na época, entre a passagem conturbada pelo Kayserispor, da Turquia, até a chegada ao Avaí, ainda precisou recuperar a forma física e enfrentou um problema no joelho.


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– Foi um ano muito ruim para mim, que eu fiz uma escolha de ir para Turquia. Saí brigado do Sion, pois eles não queriam me liberar, e eu queria ir. Fui para Turquia, tive problemas lá com o clube, que não pagava ninguém. A gente não treinava, porque fazia meio que uma greve. O time era muito bom, tinha uma estrutura absurda, Adebayor, que jogou no Real Madrid, Pedro Henrique, do Corinthians. Os caras conseguiram enrolar, atrasar a salário, quatro, cinco meses. Vim para o Avaí e fiz um trabalho especial para recuperação de força que eu tinha perdido, mas um dia antes de ser decretada a pandemia, que todo mundo ficaria em casa, eu senti essa dor no joelho. Só pude operar depois que a gente voltou da pandemia, que retomamos os treinos. E aí fiz artroscopia, perdi a massa que eu tinha ganhado de novo. E aí tive uma lesão muscular. Graças a Deus, hoje eu não tenho problemas com isso – disse.


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Adryan Avaí — Foto: Leandro Boeira / Avaí FC

Mas a ida para o Kayserispor sequer é tratada por Adryan como seu maior arrependimento. Ele revelou ter perdido a oportunidade de ser comprado pelo Leeds, quando estava emprestado pelo Flamengo.

– Onze horas da noite, o meu telefone toca. O empresário que fez a intermediação para o Cagliari e para o Leeds me liga e manda eu ir para o estádio (do Leeds) porque o presidente (Massimo Cellino) queria falar comigo. Achei estranho. Peguei o carro e fui. Tinha um documento em cima da mesa, o presidente, a secretária dele e esse intermediador, que hoje, inclusive, é meu empresário. Ele fala assim “o presidente quer te comprar, assina aqui, vai pagar a tua multa rescisória com o Flamengo (cinco milhões de euros na época)”. Eu tinha um empresário no Brasil, liguei, e ele falou para eu não assinar sem o aval dele. O presidente, que era o mesmo de Cagliari e Leeds, começou a ficar nervoso, a se exaltar. Saí de lá sem assinar, parei de jogar, não fui comprado, me encostou. Se eu tivesse assinado, estaria tranquilo no Leeds fazendo minha carreira naquela época. E depois esse mesmo presidente me levou para o Brescia. Ele é meu pai, mas ao mesmo tempo é severo comigo – contou Adryan.


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Apesar de ter rodado o mundo, Adryan sequer completou 30 anos de idade, o que vai acontecer em agosto deste ano. Por enquanto, ele prefere pensar apenas em curtir o momento de sua volta ao Rio de Janeiro depois de sete anos. Morador da Barra da Tijuca desde os tempos de seu início no Flamengo, o jogador não faz planos para o futuro e pretende jogar futebol ainda por um bom tempo.

– Vou parar de jogar quando não sentir prazer, parar de sentir aquele frio na barriga ou quando o meu corpo não aguentar mais. Porque isso é o que me deixa feliz, é o que me faz esquecer dos problemas. Eu nasci para isso, sou muito feliz fazendo isso. É um percurso perigoso, saio da Barra, venho para Ilha, saio da Ilha, seis horas da noite, pego uma hora e meia, duas horas de trânsito, mas faço isso com a maior felicidade, porque estou em casa, estou fazendo o que amo, minha família está bem, feliz e saudável – afirmou.

Fonte: netfla.com.br