A série invicta de nove jogos do
caiu em Caxias do Sul, antiga pedra no sapato do clube. A derrota por 2 a 1 para o Juventude não trouxe prejuízos na tabela, já que os rubro-negros ainda lideram, mas o resultado poderia ter sido melhor caso o time aproveitasse as chances cristalinas quando o duelo estava empatado.
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O título da análise fala em erros “do banco ao campo”
. O primeiro de Tite talvez tenha sido optar por Victor Hugo, que não vive bom momento no
. Não bastasse a entrada “morna” de Victor, que sempre recebeu tratamento de joia dentro do clube e não tem conseguido repetir as grandes atuações de 2022, ano da promoção aos profissionais, seus colegas de lado esquerdo também não contribuíam.
Ayrton Lucas levava bola nas costas o tempo inteiro e abusava dos erros técnicos. Léo Pereira, outro que estava mal, apareceria negativamente com uma falta completamente desnecessária no gol de Juventude. Desequilibrado, o volante Jadson, que não tem característica de drible, tentava o fundo, e Léo o empurrou sem qualquer sentido.
Na cobrança de Nenê para a área, pane geral, e Lucas Barbosa subiu sozinho empatar o jogo. “Saiu do vazio para cabecear no vazio”, não foi incomodado e marcou.
Sim, empatar. O texto não adotou a ordem cronológica para enfatizar o quão falhos estiveram os atletas daquele corredor esquerdo. Lucas Barbosa impunha seu jogo físico por ali e contava com o apoio constante de João Lucas pelo setor.
Mas o primeiro gol da partida, marcado pelo
, merece elogios. Foi um golaço.
Num momento de alternância de domínios, o
não era melhor quando marcou seu gol. Mas coube a Pedro, o melhor jogador de linha da equipe, construí-lo. Lorran tocou na referência, Pedro tentou um toque curto para Wesley e foi interceptado. Inteligente, devolveu de primeira para Luiz Araújo levar no fundo e cruzar. O camisa 9 subiu bonito e marcou mais um de peito pelo time do coração.
Nos acréscimos, quando a partida seguia parelha, Ayrton Lucas, que fazia jogo muito abaixo, descolou um cruzamento na medida para Lorran. O garoto se projetou da maneira correta e testou com força. Apesar da defesaça de Mateus Claus, o rubro-negro tinha muito espaço para tentar acertar o canto.
Com tantos desfalques e a pouca rotatividade na maratona de jogos, ir para o intervalo com a vantagem daria a tranquilidade que o
teve por poucos minutos num primeiro tempo onde o time apresentou outro erro na bola parada – Danilo Boza parou em grande defesa de Rossi – e muitos problemas defensivos pelo lado esquerdo.
Após o intervalo, Tite acertou ao colocar Allan em campo e adiantar Gerson,
mas a saída de Lorran talvez não fosse a mais adequada
. O garoto não fazia uma grande partida, acabara de perder uma enorme chance, mas é, ao lado de Gerson, quem faz coisas diferentes no setor de meio-campo. Talvez
– desculpe pela repetição do termo, já que a questão física pode ter motivado a mexida –
o melhor caminho fosse sacar Victor Hugo.
Victor Hugo assumiu o comando do meio, e Gerson foi adiantado para a esquerda. Sem grande evolução, Tite mudou os extremos de lado, e Luiz Araújo saiu da direita para o outro lado.
Em outro momento no qual o
não era dominante, a sorte voltou a sorrir ao líder do Campeonato Brasileiro. Faltou aproveitar. Pedro fez uma linda jogada, com balão em Danilo Boza e toque na medida para Luiz Araújo na linha da pequena área. O camisa 7 não aproveitou e parou em outra grande defesa de Claus.
Depois dessa chance incrível, o Juventude conseguiu ter maior imposição física. Tite tomou decisão compreensível no lado técnico ao trocar o apagado Victor Hugo por Gabigol, que chegou a chutar uma bola com relativo perigo. Mas tal mudança fez o
perder em ocupação de espaços e força defensiva.
O Juventude passou a acuar o
, e Rossi fez três defesaças, a mais impressionante delas em toque de Lucas Barbosa, aos 39 minutos do segundo tempo. O problema é que após a batida de escanteio, Allan e Ayrton Lucas cochilaram no primeiro pau, e Mandaca se atirou para virar o jogo.
Apesar dos muitos erros técnicos do time, de opções questionáveis de Tite e dos vacilos fatais na bola parada, o
manteve o espírito de luta aceso. Logo após o gol do Juventude, Ayrton Lucas teve duas ótimas oportunidades, uma delas criada por Carlinhos, que entrou nos minutos finais.
Mesmo esfacelado por desfalques aos montes, o time se recusou a desistir do empate. E, para completar, contou com a sorte de ver o Palmeiras ser atropelado pelo Fortaleza (3×0). Em relação à última rodada, o
ganhou a companhia do Bahia no topo, mas segue líder pelo saldo de gols.
O saldo não é positivo, pois o
perdeu quando teve chances claras de ganhar e melhorar sua condição na primeira colocação. Mas críticas pesadas não cabem. O time criou boas jogadas, viu um goleiro se consolidar como figura confiável e reforçou que não aceita a derrota facilmente.
Fonte: netfla.com.br