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Empate é o tipo de resultado que torcidas exigentes se recusam a comemorar. O deste domingo contra o Athletico-PR, no entanto, com gol aos 53 minutos do segundo tempo, tem de ser bastante celebrado pelo
Flamengo
por inúmeros fatores. Mesmo desfalcado de 10 peças, o time jogou muito bem com e sem a bola. E mostrou espírito de luta que candidatos a título precisam ter.

O
Flamengo
entrou em campo muito bem postado. A aproximação dos jogadores e a subida do último bloco dificultava muito a tentativa de o Athletico-PR sair jogando. Volta e meia os flamenguistas retomavam a posse de bola no campo de ataque.

É verdade que o time pecou por vezes no passe final, mas os quatro zagueiros, dois deles atuando fora de posição, mostraram muita técnica e ajudaram o
Flamengo
a ser melhor. Léo Ortiz foi o grande destaque do jogo e deixou Lorran duas vezes na cara do gol, uma em cada um dos tempos.

Léo Ortiz foi o melhor do Flamengo no jogo contra o Athletico-PR — Foto: Gilvan de Souza/Flamengo

O garoto não aproveitou, mas é injusto dizer que jogou mal. Tomou algumas decisões erradas, mas soube se movimentar e conseguiu soluções para finalizar atuando pelo corredor.

Não bastasse a boa participação de Ortiz, Léo Pereira, Fabrício Bruno e David Luiz na construção, Gerson achava bons passes, e Wesley conseguia sua segunda partida consistente. Acabou como o líder de desarmes do jogo (quatro), mas também mostrou fôlego para chegar na frente sem afobação.

Talvez os pontas, um pouquinho mais distantes do gol adversário, foram as figuras mais apagadas do
Flamengo
. Luiz Araújo não aproveitou oportunidades para usar o bom chute que tem, enquanto Bruno Henrique errou tomadas de decisões por inúmeras vezes.

Um mal-estar tirou Bruno Henrique de campo, e Victor Hugo entrou após o intervalo. O garoto começou fora de sintonia, tomou cartão amarelo pela falta de ritmo, mas depois se encaixou na ideia de jogo da comissão de Tite, que não foi a Arena da Baixada devido a uma suspensão.

Muito à vontade em campo, o
Flamengo
foi subindo seus blocos. Fabrício Bruno, que ganhava a maioria dos duelos aéreos e pelo chão, também usava o passe longo com precisão. Num deles, com uma esticada de três dedos, deixou Wesley em ótima condição para cruzar.

David Luiz também avançava bastante para participar da construção. Numa delas, deixou lindo passe em profundidade para Gerson. Na outra, fez linda tabela com Pedro e cruzou para Gabigol abrir o placar. Centímetros, porém, deixaram o camisa 99 em impedimento.

Na reta final do segundo tempo, após lutar muito e se aproximar da vitória, o
Flamengo
, um pouco retraído pelo cansaço, foi penalizado com um pênalti totalmente ocasional de David Luiz. Fernandinho, aos 46 minutos, converteu e deu impressão de que uma derrota com requintes de crueldade se confirmaria.

Esfacelado por 10 desfalques e surpreendido por um pênalti que não estava no script, o
Flamengo
tinha tudo para desabar nos acréscimos restantes e não reagir, comportamento que o time demonstrou em alguns momentos ruins em temporadas passadas. Nesse domingo, porém, essa história de que o
Flamengo
não tem poder de reação foi por água abaixo.

Rossi virou jogador de linha, David Luiz atacou de cobrador de escanteio e por pouco não deu assistência para Pedro – Léo Linck fez defesa sensacional -, e o
Flamengo
não tirou seu time do campo de ataque.

De tanto insistir, lutar e mostrar completa aversão ao que seria uma injusta derrota, o
Flamengo
conseguiu o gol com Evertton Araújo aos 53 minutos. O empate foi celebrado como uma vitória. E não poderia ser diferente. O time jogou bola, lutou e provou que tem condições de continuar no topo, mesmo com a Copa América e eventuais desfalques.
Um
Flamengo
forte. Na bola e no mental.

Assista: tudo sobre o
Flamengo
no ge, na Globo e no sportv

Fonte: netfla.com.br