Luiz Eduardo Baptista, o BAP, um dos candidatos da próxima eleição para presidente do Flamengo, não tem qualquer intenção de transformar o clube em SAF, mesmo que seja para o estádio próprio, contrariando o atual mandatário, Rodolfo Landim, que disse ser a melhor forma de viabilizar a construção da casa rubro-negra no Gasômetro, zona portuária do Rio de Janeiro (RJ). “Não existe”, determinou o dirigente.
Em entrevista ao Charla Podcast, o concorrente dissidente da situação revelou sua posição a respeito dos clubes-empresa e quais os efeitos colaterais de implementar o modelo. Para ele, o principal problema é a perda de soberania e, por isso, costuma ser eficaz para quem está “quebrado”, como pontuou.
Questionado se apoiaria a SAF do Flamengo, BAP foi contundente, falando em seguida sobre o que pensa de uma sociedade para o estádio. “Nem pensar, somos contra”, ressaltou. “Não existe SAF para estádio, (para isso) seria uma Sociedade de Propósito Especifico (SPE). A SAF é no clube, e nem pensar, para nada. Se, para ter estádio, eu tiver que vender 1% do clube, não faremos”.
A SAF ser implementada no clube é, justamente, o problema de trazer o modelo ao rubro-negro, segundo BAP. Isso porque, no Brasil, é permitido que uma empresa detenha mais de 50% do clube, diferentemente do modelo do Bayern de Munique, por exemplo, no qual se inspira Landim – John Textor, por exemplo, tem 90% das ações da sociedade do Botafogo.
Pelo Flamengo estar bem financeiramente, a mudança não seria necessária, acredita o candidato à presidência do Flamengo. “Por que viraria SAF? A SAF é um remédio muito eficaz para quem está quebrado, mas não necessariamente um bom remédio para quem está muito bem”.
E o argumento de BAP também se estende para ações minoritárias. “Se for 10%, 20%, qual é a consequência? Potencial perda de soberania. Então, SAF nem pensar, (mas) entendo que para alguns clubes, era ou desaparecer ou virar SAF”, concluiu, projetando ainda que seu grupo pode dobrar o faturamento do Flamengo em cinco anos, sem ser clube-empresa.
O que diz Landim sobre a SAF para o estádio do Flamengo
No final de 2023, Landim discursou ao Conselho Deliberativo do Flamengo sobre os clubes-empresa e declarou ser, essa, a melhor saída para a construção do estádio, para evitar endividamento. De acordo com o presidente do Flamengo, o modelo de pagamento seria captando recursos de acordo com o valor de mercado do clube, não apenas vendendo título de sócio proprietário.
“Você tem que escolher o que você faz. Se você quer ter um estádio e não se endividar, tem que chamar capital, mas não vendendo título a 15 mil reais, e sim captando recurso abrindo share de 500 mil reais por cada valor do título. É emitindo ações para diluir os sócios, mas mantendo o controle, por um valor muito maior”, disse o presidente na época
“A decisão não vai ser minha. Nós vamos ter todo o Flamengo para poder votar isso e decidir, se ele entender que vale a pena. O Flamengo é de todos nós que somos sócios proprietários do clube”, completou.
Fonte: netfla.com.br