Skip to main content


O prefeito do Rio, Eduardo Paes, revelou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva o questionou sobre o relato da Caixa Econômica Federal de que o município estaria “atropelando” o processo de desapropriação do terreno do Gasômetro, arrematado pelo Flamengo em leilão, na última quarta-feira. O rubro-negro foi candidato único na hasta, que confirmou a transferência da posse da área que pertencia à Caixa Econômica para a construção do estádio do clube.


  • Candidato único,

    Flamengo arremata terreno para construção de seu novo estádio por R$ 138 milhões

  • Leia também:

    Flamengo descarta prazo maior sugerido por Gabigol e não fará nova oferta de renovação

Em participação no Podcast PodPapa, no canal Paparazzo Rubro-Negro, do jornalista Gabriel Reis “Paparazzo”, nesta sexta-feira, Paes afirmou ter conversado com Lula sobre o assunto durante viagem a Brasília.

— O primeiro assunto da nossa conversa não foi política, não foi dívida do Rio de Janeiro. Foi o seguinte: estádio do Flamengo. Aí ele falou: ‘Por**, tu tá atropelando essa por**, caral***. O pessoal da Caixa tá dizendo que tu tá atropelando’. Eu falei: ‘Presidente, não estou atropelando’. Expliquei para ele — contou o prefeito, que descreveu a história como um “bastidor do bastidores” do processo.

Paes contou que, ao chegar ao Palácio do Alvorada, Lula o apresentou ao vice-governador do Maranhão (Felipe Camarão, do PT), que o agradeceu “pelo estádio do Mengão”.

— Eu falei: ‘Até tu?’ — relatou o prefeito, aos risos, antes de detalhar a conversa com Lula. — Foi ótima. Temos uma gincana a ser feita. Aquela operação toda é feita com recursos do FGTS, mas ela dá muito dinheiro para o FGTS. Eu, há um ano, perdoei uma dívida do FGTS com a prefeitura de 4 bilhões de reais. Aquela operação, a Caixa tinha que pagar à prefeitura 8 bilhões. Fizemos as obras do Porto Maravilha e não gastou um tostão do imposto que vocês pagam. Tudo ali foi potencial construtivo. O que disseram para o Lula? Que esse estádio vai dar um bilhão de prejuízo. Aí eu expliquei para ele.

O terreno, de 84 mil metros quadrados, pertencia a um fundo de investimentos gerido pela Caixa e foi desapropriado pela prefeitura do Rio de Janeiro no mês passado por R$ 138 milhões. Mas o banco avalia a área em pelo menos R$ 250 milhões.

Segundo Paes, nas próximas semanas, Lula deve liderar uma reunião com a Advocacia-Geral da União, com a Caixa e com o Ministério de Gestão e Inovação em Serviços Públicos, responsável pela gestão do Patrimônio da União.

— O presidente vai conduzir pessoalmente uma reunião. Eu falei: ‘Estão lhe enganando. O senhor tem que confiar aqui no seu aliado político no Rio de Janeiro’ — disse Paes.

Durante a transmissão ao vivo do podcast, o entrevistador chega a dizer que Lula teria questionado Paes por estar preocupado com um possível ganho político do prefeito. “Deve estar preocupado porque, se vier para presidente, ganha”, afirmou Gabriel Reis Paparazzo. Paes negou e chamou o presidente de “amigo”.

Flamengo comprou o terreno. E agora?

Como revelou o blog de Diogo Dantas, depois de confirmar nesta sexta-feira o pagamento do valor total de R$ 138.195.000,00 ao Município do Rio de Janeiro, e dar andamento ao processo de desapropriação do terreno do Gasômetro, o Flamengo inicia nos próximos dias a segunda fase do projeto de construção de seu estádio.

Mais precisamente na segunda-feira, uma reunião vai dar início de maneira concreta à chamada “fase 2”, que consiste em três meses de estudos internos para entender as demandas do estádio, previsto para ser inaugurado em 2029, com capacidade para 81 mil torcedores.


Produtos à venda

Nesta próxima fase, o Flamengo terá o setor de marketing e de patrimônio dialogando para criar os produtos relacionados ao estádio para, na fase seguinte, a terceira, promover a concorrência destes produtos para empresas interessadas em aportar recursos na obra.

Esses produtos se transformarão em contratos com os vencedores dessas concorrências, que serão escolhidos pelo Flamengo através de votação em seu Conselho Deliberativo. A obra em si e a construtora responsável por ela também passará pelo mesmo pleito.


Fase de construção

O projeto executivo é a chamada fase quatro, com elaboração do projeto definitivo do estádio junto à construtora e os poderes públicos, uma vez que o projeto inicial básico previa uma série de melhorias para o entorno do terreno, localizado próximo ao bairro de São Cristóvão e da Zona Portuária.

A fase cinco é a obra, que tem previsão para ter início em 2025. No Conselho Deliberativo, o Flamengo informou que ela levará de três a seis anos, mas o desejo é inaugurar em 2029. Em outubro deste ano, a diretoria pretende lançar a pedra fundamental, após a fase atual de estudos para a obra.

Vale lembrar que o clube viverá eleição para presidente em dezembro. Rodolfo Landim deixa o cargo e tenta emplacar o vice Rodrigo Dunshee como sucessor. Os demais candidatos são Maurício Gomes de Mattos, Luiz Eduardo Baptista e agora também Wallim Vasconcellos.

Fonte: netfla.com.br