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“Tenham um acolhimento maior”.

O pedido de Tite à torcida diz respeito a Lorran, que deixou o gramado do Maracanã sob significativas vaias na vitória contra o Cruzeiro, no dia 30 de junho. Desde então, o clube se cerca de trabalho especial e atenção para preservar o jovem,


que assinará a renovação contratual por cinco anos em breve.

Lorran foi um dos destaques durante o período da Copa América. O meia surgiu como o substituto de Arrascaeta, correspondeu às expectativas em um primeiro momento e foi abraçado pela torcida. Oscilou na reta final e virou alvo de críticas e cobranças.

O jovem participou de oito dos nove jogos, sendo os seis primeiros como titular. A sequência foi interrompida justamente depois das vaias contra o Cruzeiro. Na sequência, Lorran começou no banco contra Atlético-MG e protagonizou algo incomum: entrou contra o Cuiabá, mas foi substituído. Na derrota para o Fortaleza, o meia não foi acionado mesmo o

Flamengo

precisando




de um jogador de criação.

Lorran, do Flamengo, comemora gol contra o Corinthians no Maracanã — Foto: Divulgação

É neste cenário que duas palavras que ganham força nos bastidores: acolhimento e preservação. Elas possuem raízes diretas com Tite e sua comissão técnica, mas se encaixam também na relação do jovem com o elenco rubro-negro.

Internamente, a oscilação é considerada normal por dois fatores: a idade e o processo de transição da base para o profissional.


Visando a minimizar os efeitos colaterais, o Flamengo já faz há alguns meses um projeto especial para blindar o jogador e potencializar o desenvolvimento.

Agora, o clube se atenta ao ambiente para preservar a sua joia.

A cautela na utilização e o apelo de “vovô” feito por Tite são o retrato de Lorran no

Flamengo

neste momento. O jovem não foi utilizado pela primeira vez em dez jogos. A última vez que ficou à disposição e não entrou em campo foi na goleada em cima do Vasco, último jogo antes dos convocados irem para Copa América.

Na derrota para o Fortaleza, a torcida demonstrou impaciência no Maracanã e vaias começaram com a bola rolando, mas os alvos foram outros: Allan, Luiz Araújo e Ayrton Lucas. Mesmo neste cenário, a comissão técnica optou por manter Lorran no banco.

– Torcedor, não vaie o atleta, ele não vai melhorar com vaia. Vou ficar um tempo aqui, não sei quanto vou ficar, estou técnico do

Flamengo

. Daqui a pouco vão trocar. Então não vaiem. Se mostrarem um atleta que respondeu melhor a uma vaia… Não vaiem. Eles não estão negligenciando o trabalho. É o mesmo que faz jogos decisivos (Luiz Araújo), como no jogo do São Paulo. Vou fazer um pedido como vovô: não façam. O

Flamengo

não merece, os atletas não merecem. Se tivesse algum que ficassem… Não vaiem. O atleta vai sentir em campo e não vai melhorar. Estou sentido, eles também. É uma escolha. Se vaiar, vai piorar. Se acolher, ele vai ter mais força, como em uma série de jogos. No jogo contra o Cuiabá, os atletas desabaram em campo e a torcida apoiou. Não é a torcida, são alguns – afirmou Tite.

Mas esta não foi a primeira vez que Tite reprovou as vaias vindas da arquibancada. Contra o Cruzeiro, jogo que Lorran foi alvo de críticas e foi substituído no intervalo, o treinador saiu em defesa do jovem de 18 anos e pediu o apoio da torcida para fortalecer o atleta.

– Acho que o Zico estreou com 17, 16 anos. Pergunta para ele como era. Tenham um acolhimento maior com ele [Lorran]. A grandeza do

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é muita, e ele é um talento enorme. Se vier a vaia, vai afundar, não vai produzir. Se vier o carinho ele vai se sentir fortalecido. O Manto Sagrado é muito forte, pesado. É pesado para um técnico de 63 anos, com toda a experiência que eu tenho. Coloquem ele no colo, vai ajudar – disse o técnico.

Outro episódio emblemático envolvendo o jogador ocorreu no jogo contra o Cuiabá, no dia 6 de julho, também no Maracanã. Lorran entrou no decorrer do primeiro tempo no lugar de Bruno Henrique, que se lesionou. O meia teve uma atuação discreta, cometeu alguns erros. Ainda assim, ouviu vaias tímidas. Ele acabou substituído no meio do segundo tempo por Carlinhos. Situação semelhante a de Werton, que entrou no intervalo e deu lugar a Matheus Gonçalves na segunda etapa.

Ao fim do jogo, os meninos receberam o apoio dos demais jogadores do elenco. O técnico Tite também conversou com eles no vestiário e explicou a decisão de substituí-los.

– Tivemos a busca até o momento final. O jogo se apresentou, tentamos usar dois pivôs, substituímos os meninos para criar as alternativas que precisámos e fica aqui o respaldo aos meninos, o Lorran e o Werton – disse o treinador, em entrevista coletiva após o jogo.


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Fonte: netfla.com.br