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A derrota do Flamengo por 2 a 1 para o Fortaleza, na última quinta-feira, no Maracanã, marcou a última partida do rubro-negro sem o quarteto de uruguaios convocado para a Copa América. Ao todo, foram nove jogos sem Varela, Viña, De La Cruz e Arrascaeta, além de outras ausências, como Pulgar, que ficou seis jogos fora porque estava com a seleção chilena, e alguns lesionados.

Com 17 pontos somados em 27 disputados — um desempenho de 62,9% —, o desempenho do Flamengo divide opiniões em relação à satisfatoriedade dele. Após a partida, o técnico Tite se disse triste pelos dois tropeços consecutivos em casa, para Cuiabá e Fortaleza, mas pediu que todo o contexto fosse analisado.

— O sentimento do torcedor, eu estou sentindo. Como responsável, tenho que analisar o contexto todo. Se estivéssemos no início e ficássemos: “Vamos fazer nove jogos sem o potencial técnico total, vamos vencer cinco, empatar duas e perder duas, com essa pontuação…”. Hoje continuo triste. Sentir a derrota faz parte de uma equipe vencedora, ela reverte no dia a dia. Derrota doída. Porém, o contexto todo deve ser avaliado — disse.

Colunistas do GLOBO, Carlos Eduardo Mansur e Martín Fernández concordam com as afirmações do treinador. Marcelo Barreto, por sua vez, tem suas ponderações.

— A pontuação foi boa. Dentro do campo, o Flamengo não tem o que lamentar. O que o clube deveria fazer era se mover politicamente para liderar uma mudança no calendário que impeça essa bizarrice de acontecer outra vez — opinou Martín.

— Se dissessem antes do campeonato que teria um período que o time ficasse sem cinco titulares, com um monte de lesões e com outros jogadores jogando mais tempo que o habitual, as pessoas achariam razoável que o saldo fossem 17 pontos em 27. Seria uma boa pontuação. Agora, não dá para negar que, depois de ter ganho do Atlético-MG com a melhor atuação do período, esperou-se que o Flamengo fosse fechar como líder ao restar dois jogos contra Cuiabá e Fortaleza no Maracanã. E isso não aconteceu. O saldo foi bom, mas podia ter sido melhor, porque nos dois jogos, em tese, mais viáveis e acessíveis, o time não ganhou — falou Mansur.

— O Flamengo tinha 67% de aproveitamento até a sétima rodada. Após as nove rodadas, caiu para 64%. Então teve uma queda. Mas isso está longe de ser uma tragédia. Dá pra dizer que, no geral, o Flamengo, com muitos reservas e jogos um em cima do outro, conseguiu manter o nível de rendimento que tinha antes. Talvez o que chame a atenção é que muitos pontos foram perdidos nas últimas rodadas, foram cinco no Maracanã e contra adversários que não entraram como favoritos. Nesse caso, não foi a primeira impressão que ficou, mas a última — ponderou Barreto.

Além disso, é unânime entre os especialistas que, por conta do alto desgaste físico causado pela pesada sequência de jogos junto do alto número de desfalques, as principais notícias negativas do período de nove jogos são as consequências físicas que os atletas podem sofrer no restante da temporada. Como o time perdeu muitos jogadores no período, os que entraram em campo podem acabar tendo sofrendo pela alta minutagem em campo.

— O Flamengo claramente foi o clube mais prejudicado pelo calendário. O campeonato, na sua decisão, vai ter uma influência disso, é um campeonato deformado pelo calendário, porque não são só os cinco que saem para a Copa América por tantas rodadas, é o que você gera de esticar a corda no restante do elenco, porque é a fase do calendário mais congestionada de jogos. Então, acho que o Flamengo tem toda a sua razão de reclamar muito, de se sentir prejudicado, assim como o Atlético Mineiro foi bem prejudicado, porque juntou uma série de lesões à perda de três jogadores para a Copa América — disse Mansur.

Por outro lado, as boas atuações de Léo Ortiz e Gerson, principalmente, foram destacadas como as grandes notícias recebidas pela comissão técnica de Tite.

— Não há más notícias. O Flamengo sobreviveu a um período muito longo do campeonato, sem vários de seus principais jogadores. Criticar o time é uma injustiça. (Mas o) Léo Ortiz foi provavelmente a melhor notícia desse período. Os laterais também tiveram desempenho acima do esperado — afirmou Martín Fernández.

— O desempenho do Gerson foi muito alto como o líder do time e do meio-campo. Jogou em várias funções e ajudou a carregar o time. E o Léo Ortiz, de fato, se revelou um jogador muito capaz de fazer uma função no meio, mas acho que ainda vai ser uma eventualidade e que o lugar dele é como titular da zaga. O Luiz Araújo foi bem também, Matheus Gonçalves mostrou que merece mais minutos e o Lorran, dentro das oscilações naturais da idade, também teve bom nível de jogo por dentro — analisou Mansur.

— Jogadores que não são tão badalados, como o Wesley, cresceram de rendimento, David Luiz parece que virou o titular da temporada. O próprio Léo Ortiz parece próximo de ganhar uma vaga, mas não se sabe se como zagueiro ou volante. Outro jogador que já era titular, mas girou pelo time mudando de função foi o Gerson. Acho que foi o principal perosnagem dessas nove rodadas, assumindo responsabilidade muito maior do que a que tem quando o De La Cruz e o Arrascaeta dividem o meio com ele — concluiu Barreto.

Fonte: netfla.com.br