O Flamengo viveu um dia histórico, com a compra do terreno de 88 mil metros quadrados na área do Gasômetro para a construção de seu futuro estádio, previsto para ser inaugurado em 2029. A vitória fora de campo foi possível após a Prefeitura desapropriar a área, antes sob o poder de um fundo administrado pela Caixa Econômica Federal. Candidato único no leilão, o clube arrematou o patrimônio, pelo qual pagará em até cinco dias a quantia de R$ 138,195 milhões. Mas para ter a posse do terreno, será necessário enfrentar ainda novas burocracias e eventuais batalhas judiciais.
Ele posou ao lado do presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, em uma parceria que teve ainda a participação do deputado federal Pedro Paulo (PSD-RJ). Candidato à sucessão de Landim, o vice-geral e jurídico Rodrigo Dunshee também marcou presença no leilão e já mostrou ter papel importante diante de novos questionamentos na Justiça. O leilão havia sido suspenso por decisão liminar do juiz Marcelo Barbi Gonçalves, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2). Mas a prefeitura obteve autorização para o procedimento junto à Presidência do TRF-2.
— O Flamengo vai depositar em cinco dias o valor na conta da prefeitura, e ela vai continuar o processo de desapropriação, que provavelmente vai ter que ser judicializado. Aí o valor entra em juízo, e fica à disposição do fundo administrado pela Caixa. Ou seja, a Prefeitura vai resolver com o fundo imobiliário para ver se ele aceita o valor. Se não aceitar, vai se discutir a justa indenização. Será realizada uma perícia, e o valor vai ser depositado em juízo — disse Dunshee.
Recursos para a obra
Em outras palavras, o Flamengo depende disso para ter a posse do terreno. A Prefeitura tem que tomar a posse e passar para o clube, mas para isso precisa zerar todas as etapas de contestação. A União Federal se manifestou no processo e já indicou que vai contestar o leilão e o seu valor. Depois dessa etapa vencida, o clube poderá ter acesso à área, e a partir daí projetar as obras e os negócios em função do estádio, como naming rights, venda de cadeiras cativas e camarotes, entre outras possibilidades de receitas para ajudar na construção da arena. A expectativa é que tudo se resolva até outubro, e então a pedra fundamental da obra seja inaugurada.
— No momento em que a gente tiver acesso ao terreno tudo se torna mais viável, mais fácil buscar os interessados — declarou Landim, que estimou um investimento de até R$ 2 bilhões para tirar o estádio do papel.
Os recursos viriam da venda dos naming rights e do potencial construtivo da sede do clube na Gávea, o que já foi sinalizado pela Prefeitura. O clube conta também com o valor da venda de imóveis no prédio do Morro da Viúva, no Flamengo.
— Dinheiro do potencial construtivo da Gávea é carimbado, não pode gastar para comprar jogador, é algo que tem valor pra negociar no mercado imobiliário, vai ter que prestar contas para a Prefeitura, canalizar esse dinheiro 100% para a construção do estádio — completou Landim.
FAN FEST e shows
Enquanto essa etapa não chega, Marcos Bodin, vice de Patrimônio do Flamengo e responsável pelo projeto do estádio, deu algumas pistas:
— Na parte externa do estádio teremos um local para fan fest em jogos fora do Rio, shows, evento cultural. Não é só o estádio para o dia do jogo. Ele vai viabilizar a recuperação da região.
Em sua fala, Paes também ressaltou a revitalização da área próxima ao bairro de São Cristóvão e à Zona Portuária:
— Há uma fartura de modais de transporte. Tem rodoviária, Santos Dumont para VLT, BRT desde Deodoro, linhas de ônibus, do outro lado estação de trem e metrô. A grande qualidade desse terreno é essa abundante oferta de transporte público de qualidade. Vamos estimular a utilização do transporte público.
Fonte: netfla.com.br