Leandro, vencedor em várias competições pelo Flamengo, enfrentou e triunfou diante do Atlético-MG em jogos cruciais
A relação dos torcedores do Atlético-MG com o Flamengo sempre foi marcada por rivalidade, especialmente devido aos confrontos emblemáticos dos anos 80. O Mengão foi implacável com a equipe de Belo Horizonte nos Campeonatos Brasileiros de 1980 e 1987, além da Copa Libertadores de 1981. Leandro, considerado o melhor lateral direito da história rubro-negra, participou de todas essas decisões. Em entrevista exclusiva ao Coluna do Fla, o Peixe-Frito relembrou os duelos do passado, avaliou o desempenho de Filipe Luís, elegeu seu favorito entre Wesley e Varela, fez projeções para a final da Copa do Brasil e provocou: “conseguimos muitas vitórias sobre eles“.
DEPOIMENTO DE LEANDRO!
— Em 1980, eu estava no elenco. Em 1981, joguei a partida inteira e, é claro, em 1987. O mais marcante para mim foi o… De 1980 foi espetacular no Maracanã. Eu estava nas arquibancadas, aquela virada, aquele gol do Nunes no final, foi incrível. Em 1981, o jogo não terminou, parecia que seria um grande duelo, estávamos preparados, dominando a partida, mas os adversários começaram a jogar sujo, tentavam nos derrubar, a tática deles era nos impedir de avançar com a bola dominada, sempre alguém chegava por trás. Até que o árbitro resolveu expulsar alguns jogadores. Antes disso, ele havia chamado os capitães e alertado que a próxima falta por trás resultaria em expulsão, eles não acreditaram. — disse Leandro, ao Coluna do Fla.
— O de 1987 teve um sabor especial, porque foi desafiador. Também tínhamos um time fantástico, com Zé Carlos, Jorginho, eu, Edinho, Leonardo, Andrade, Ailton, Zinho, Zico, Bebeto e Renato Gaúcho. Quatro desses jogadores se tornaram campeões do mundo em 1994 (com a Seleção). Foi um jogão. Saímos na frente por 2 a 0, eles empataram e pressionaram, até que o Renato fez aquela arrancada decisiva. Muito emocionante. Por isso, acredito que o ano de 1987 foi marcante, apesar de termos sido campeões da Libertadores em 1981. Mas 1987 foi mais significativo — acrescentou o ídolo.
No primeiro título brasileiro do Flamengo, em 1980, Leandro estava no elenco, mas não foi relacionado para a final. No entanto, ele apoiou os companheiros no Maracanã. Após perder por 1 a 0 no jogo de ida da decisão, no Mineirão, o Mais Querido reverteu o placar na volta, vencendo por 3 a 2.
No episódio da Libertadores de 1981, houve o famoso confronto em que o Atlético-MG provocou expulsões para encerrar o jogo antes do intervalo. Este embate definiu a classificação para a próxima fase. Já em 1987, os times se enfrentaram nas semifinais, e Leandro elegeu esse como seu favorito. Nas três competições, o Fla levantou o troféu.
“CONQUISTAMOS MUITO SOBRE ELES”
Questionado pelo Coluna do Fla sobre o momento atual do Flamengo, Leandro elogiou o técnico Filipe Luís. Além disso, o ídolo rubro-negro lamentou as lesões e convocações complicadas neste ano. Por fim, o ex-lateral expressou otimismo para a final da Copa do Brasil, reforçou que “Flamengo é Flamengo” e cutucou o Atlético-MG, destacando a vantagem histórica do Mengão no confronto.
— Acredito que o Flamengo enfrentou muitos obstáculos este ano. Tem um elenco excelente, mas lidou com muitas contusões, jogadores importantes sendo convocados para a seleção, não apenas do Brasil, mas também do Chile, Uruguai… Muitos desafios que o Flamengo encarou. Agora, com a mudança, com a chegada do Filipe Luís, acredito que a equipe está em ascensão. Acho que ele será um ótimo treinador, gosto muito dele, é um cara muito inteligente, flamenguista fervoroso, é preciso dar tempo para ele — comentou Leandro.
— Mas encontraram muitas dificuldades, o Flamengo estava em queda, enquanto outros times estavam crescendo, o Atlético está em boa fase, só jogos de qualidade. Uma equipe experiente, com jogadores veteranos, mas o Flamengo é o Flamengo. Vamos ver o que acontecerá, eu ainda aposto no Flamengo, já conquistamos muito sobre eles, vamos manter essa sequência, se Deus quiser — brincou.
Além dos confrontos com o Atlético-MG nos anos 80, Filipe Luís e a situação do Flamengo, Leandro compartilhou com o Coluna do Fla sua opinião sobre quem deveria ser titular nas finais da Copa do Brasil. O ídolo também abordou a questão sobre qual é a melhor ordem para os jogos em casa, ou fora. No dia 03, o Rubro-Negro inicia a decisão no Maracanã, porém, decide o título em Belo Horizonte, no dia 10. Confira outros trechos da entrevista exclusiva.
WESLEY OU VARELA?
“Há uma grande falta de laterais, tanto na direita quanto na esquerda, há um bom tempo. Na nossa época, havia um grande número de opções nos dois lados, direito e esquerdo. Poderíamos escolher qualquer um dos oito para jogar na seleção brasileira. É complicado, nem consigo explicar. Já me perguntaram várias vezes por que não há mais laterais como antigamente. Acredito que seja uma questão de safra, é preciso esperar. Sempre elogiei muito o Wesley, o Varela também, é um jogador mais firme na marcação, experiente, de seleção, mas sempre fui grande admirador do Wesley”.
“No começo, achava que ele era muito precipitado, cometendo muitas falhas na marcação, precisava se concentrar mais nisso. Você tem que marcar e depois atacar, mas como ele tem uma resistência física incrível, uma vitalidade enorme, cara. O garoto quer partir logo para o ataque. Se o juiz não apita o início do jogo, acho que ele já quer estar no ataque (risos). Mas ele está se tornando mais consciente, mais seguro na marcação, é um bom lateral. Tem potencial para evoluir cada vez mais”.
DECIDIR EM CASA OU FORA?
“Alguns acreditam que jogar a primeira partida em casa é melhor, pois assim você consegue abrir dois, três a zero logo de cara, mas e se não conseguir? Se não marcar, terá que decidir na casa do adversário. Nós, como grupo, gostávamos de decidir em casa. Em casa, no Maracanã, com o estádio lotado, era raro o Flamengo perder. Mesmo assim, conquistamos alguns títulos jogando fora, como no Brasileirão de 1982, quando enfrentamos o Grêmio no Sul”.
“Mas para mim, jogar em casa é sempre melhor, sempre acho melhor, pois se conseguir um resultado, um empate, um gol fora, você tem a chance de reverter em casa. Foi o que aconteceu contra o Santos na final de 1983, perdemos por 2 a 1 fora, e chegamos no Maracanã e vencemos por 3 a 0, com o estádio lotado, 170 mil pessoas, um gol logo no início, desequilibrou a partida”.
Fonte: colunadofla.com