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Conflito na Arena MRV foi repleto de tumulto e celebrações dentro e fora de campo


Por: Leo José e Mônica Alves

O embate entre Flamengo e Atlético-MG na Arena MRV pode ser analisado por diferentes perspectivas. Presentes no estádio em Belo Horizonte, o Coluna do Fla traz uma visão dos repórteres envolvidos no jogo decisivo da final da Copa do Brasil. Desde os contratempos no credenciamento da imprensa até o final da partida, veja os bastidores do confronto que paralisou o país no último domingo (10).

A jornada teve início com a chegada à arena logo pela manhã. Assim, todos os detalhes foram observados de perto pela equipe do Coluna. Inclusive, a desorganização na entrada dos torcedores do Flamengo e Atlético-MG gerou agitação antes do jogo. Além disso, relatos sobre o comportamento do técnico Filipe Luís, a torcida rubro-negra fervorosa, a hostilidade dos atleticanos e muito mais.

11h10 – CONTRATEMPOS NO CREDENCIAMENTO DA IMPRENSA

Como de praxe, a imprensa comparece aos estádios com antecedência em dias de jogos. No entanto, os profissionais presentes na Arena MRV, nesse domingo (10), enfrentaram uma espera fora do comum no credenciamento, com filas extensas e tempo de espera superior a uma hora. A justificativa seria o registro da biometria facial, porém, até mesmo os jornalistas previamente cadastrados encararam os contratempos e a demora, que se estendeu até o único elevador que conduzia à tribuna.

14h20 – TUMULTO NA CHEGADA DOS TORCEDORES

Após os primeiros torcedores adentrarem à Arena MRV assim que os portões foram abertos às 13h (horário de Brasília), a confusão se instaurou. Isso porque, a quantidade de torcedores do Flamengo e Atlético-MG que desejava assistir à final extrapolou a capacidade de organização. Como resultado, episódios de vandalismo e violência foram registrados nos acessos ao estádio.

Em determinados setores destinados à torcida do Atlético-MG, a segurança teve dificuldades para manter a ordem. Contudo, a grande quantidade de pessoas tentando entrar no estádio modificou os planos. Assim, muitos torcedores ingressaram na Arena MRV pulando as catracas e sem apresentar os ingressos.

A situação se repetiu no setor dos torcedores visitantes, os rubro-negros. Aproximadamente oito catracas precisaram administrar a entrada de 4 mil flamenguistas. Como resultado, a confusão se generalizou. Com isso, a Polícia Militar de Minas Gerais precisou intervir e, com ações enérgicas, conseguiu acalmar os ânimos duas horas depois, já com a partida em andamento.

16h/18h – ARQUIBANCADAS VIBRAM COM O MANTO SAGRADO

A torcida do Flamengo já é conhecida como a maior do mundo, e suas festas grandiosas têm sido exaltadas pelos rubro-negros de norte a sul do país. Na chegada ao estádio em Belo Horizonte, os flamenguistas confraternizaram, se divertiram e demonstraram confiança no título com gritos entusiasmados. Do público de 44.878 presentes, 4 mil eram torcedores do Fla, que mesmo em menor número, conseguiram sobrepor os donos da casa. Com cantos animados que ecoaram durante e após o confronto, os apaixonados pelo Mais Querido deram um espetáculo nas arquibancadas. Como resultado, puderam celebrar o primeiro título da história da Arena MRV.

16h/18h – “EU ACREDITO…”

Enquanto a Nação rubro-negra demonstrava amor pelo time, a torcida do Atlético-MG promovia um clima de hostilidade contra o Flamengo. Ao som de cânticos ofensivos, os atleticanos prometiam um ambiente hostil para os visitantes. É importante ressaltar que as letras das canções continham teor homofóbico. No entanto, ao início da partida, a maioria dos torcedores do Atlético-MG sonhava com a virada histórica sobre um de seus maiores rivais. Com mosaicos e rolos de papel, os torcedores atleticanos estavam animados. Os gritos de “eu acredito” impulsionaram o primeiro tempo, mas a falta de gols foi desanimando os presentes, que, após o gol de Plata aos 82 minutos, deixaram o estádio antes do apito final.

Em um acontecimento negativo, uma bomba jogada por um torcedor do Atlético-MG acertou o fotógrafo Nuremberg José Maria, causando fraturas em três dedos do pé e outros ferimentos. Ao que tudo indica, o profissional precisará passar por cirurgia.

16h/18h – A AGITAÇÃO DE FILIPE LUÍS

Do começo ao fim, Filipe Luís demonstrou inquietação. A postura do treinador do Flamengo no jogo decisivo da Copa do Brasil foi condizente com o que os torcedores observam desde sua chegada ao comando da equipe principal. Andando de um lado para o outro e comunicando-se constantemente com os jogadores, em especial com o capitão Gerson, Filipe Luís orientou também o lateral direito Wesley à beira do campo em mais de uma ocasião.

O DESFECHO DO JOGO

A vantagem de 3 a 1 conquistada no Maracanã trouxe uma tranquilidade imensa ao Flamengo na Arena MRV. Dessa forma, a equipe de Filipe Luís controlou o jogo durante a maior parte do tempo. A partida contou com jogadas ríspidas, um Flamengo que apostava nos contra-ataques e um Atlético-MG desesperado por gols. Ao final, Gonzalo Plata virou Gonzalo “Oro” ao marcar de cavadinha aos 37 minutos do segundo tempo, garantindo o placar de 1 a 0 em Belo Horizonte e 4 a 1 no agregado. Resultado? O Mengo conquistou o pentacampeonato e comemorou no campo.

18h – FESTA NO CAMPO E TENTATIVA DE INVASÃO

Com o título assegurado, o Flamengo permaneceu no gramado da Arena MRV, porém, já em posse do troféu da Copa do Brasil. Filipe Luís demonstrou seu carinho pela equipe, Alcaraz abandonou a timidez, Bruno Henrique celebrou feliz em sua cidade natal, Pedro retornou ao campo após lesão, e todos os componentes da festa de comemoração pós-título. Alguns poucos torcedores do Atlético-MG permaneceram no estádio para testemunhar o primeiro campeão da história da Arena MRV. No entanto, esses torcedores alvinegros tentaram invadir o campo e a celebração do campeão Flamengo. Arremessos de cadeiras, bombas e outros objetos tumultuaram o clima no local. A Polícia Militar precisou intervir novamente, disparando balas de borracha para conter os ânimos exaltados.

20h – ZONA MISTA, COMEMORAÇÃO E REFLEXÕES

Após o apito final, os jogadores passaram pela zona mista e expressaram suas opiniões, como Fabrício Bruno, Gerson, Léo Pereira, Alcaraz e Carlinhos. Dessa forma, a imprensa teve a oportunidade de ouvir as perspectivas dos atletas, que entre as celebrações, também analisaram o jogo, comentaram sobre o treinador Filipe Luís, lamentaram a possível saída de Gabigol para o Cruzeiro e fizeram autorreflexões.

20h30 – COLETIVA DE IMPRENSA, COM BRINCADEIRAS E GELO

Logo após a zona mista, ocorreram as coletivas de imprensa. Primeiramente, o treinador do Atlético-MG Gabriel Milito fez suas considerações sobre a partida. Em seguida, Filipe Luís conversou com os jornalistas. Durante as perguntas, os jogadores surpreenderam o jovem treinador e o brindaram com um banho de bebidas e gelo.

21h – O ENCERRAMENTO DA FESTA

Após todos os acontecimentos, desde conflitos e festas até entrevistas e muito mais, o desfecho do segundo jogo da final da Copa do Brasil chegou. Com os torcedores rubro-negros em êxtase em meio ao caos, o Flamengo iniciou a jornada de volta ao Rio de Janeiro. Enquanto isso, o Coluna do Fla encerrou a cobertura intensa do quinto título do Mengão na competição de mata-mata.



Fonte: colunadofla.com