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Em resposta à fala de Tite na última quinta-feira, após a vitória do Flamengo por 2 a 0 contra o Bolívar, quando falou que não adiantava o Sindicato dos Atletas de Futebol do Rio (Saferj) dar “balinha doce” a ele pelas reclamações sobre o calendário, a Saferj elevou o tom contra o treinador. Com discurso de cita o fim do respeito pelo profissional do rubro-negro, a entidade afirma que “falta capacidade” à Tite para dar um modelo de jogo aos atletas.

“O senhor trabalha em um dos maiores clubes do mundo, com uma estrutura extraordinária, com um ELENCO numeroso, formado por jogadores fantásticos e mesmo assim não encontra soluções internas para evitar lesões, desgastes e um bom rendimento técnico”, diz parte da nota.

Além disso, a Saferj fala também que Tite deveria ter utilizado a influência que teve “nos oito anos que comandou a seleção brasileira” (na verdade foram seis) para promover, junto da CBF, mudanças no calendário do futebol nacional.

Em uma entrevista coletiva marcada pelas falas em relação aos seguidos problemas por lesões que o Flamengo tem vivido, Tite reclamou do fato de ser possível que os clubes joguem duas partidas dentro de um intervalo de apenas 66 horas.

— Eu queria estar errado para falar de calendário. Mas olhem o que está acontecendo. Tem uma série de pessoas da imprensa conscienciosa. O (Carlos Eduardo) Mansur. Leiam a crônica dele quando ele fala de calendário. E não adianta me dar balinha doce o sindicato dos atletas dizer: “Ah, eu agradeci ao Tite porque ele falou, mas o calendário estava e nós aceitamos 66 horas”. Não tem que aceitar, não. Nós, enquanto técnico, temos que bater, o atleta vai arrebentar — falou o treinador.

Leia a nota completa da Saferj:


Lamentavelmente, o treinador Tite do C.R. Flamengo, durante uma coletiva de imprensa, concedida na noite desta quinta-feira, voltou a reclamar do calendário, citando, mais uma vez, o Sindicato, porém, desta vez, de forma irônica.


Senhor Tite, o Sindicato não tentou e nunca tentará lhe dar “balinha”. A instituição apenas demostrou respeito por sua colocação, respeito este que se encerra aqui, pois o tratamento respeitoso deveria ser mútuo.


O senhor deveria ter aproveitado seus oitos anos no comando técnico da seleção brasileira e ter lutado ou convencido a Confederação Brasileira de Futebol a mudar o calendário. Não recordamos de nenhuma atitude de sua parte neste sentido; em razão de defender jogadores, pois, provavelmente, não era conveniente para você tratar este assunto.


O senhor quando ganhou o Campeonato Brasileiro, com o Corinthians, o calendário era exatamente o mesmo, mas, agora, que suas opções não estão levando seu clube a uma liderança segura, o argumento é conveniente;


Sugerimos ao senhor que convença os dirigentes do seu clube a não disputar tantas competições e, por consequência, aceitar negociar valores menores com as empresas que compram as transmissões das competições;


Que o senhor dentro da sua sabedoria encontre uma forma de encaixar tantos jogos com intervalo de 78 horas, principalmente no segundo semestre, que mistura Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e Libertadores e/ou Sul-Americana;


Que o senhor vá à CONMEBOL e os obriguem a mudar o calendário deles, pois este é o gargalo;


Que o senhor explique aos seus atletas que devido aos seus incômodos e falta de capacidade para lhes dar uma consistência de jogo que eles, atletas, terão que renegociar seus contratos com valores muito menores, já que por motivo óbvio, as televisões diminuirão, drasticamente, os valores negociados e investidos; e, por consequência, devido a menor exposição, os patrocínios serão reduzidos;


Que o senhor, com seu prestígio, lidere movimento junto aos treinadores e atletas pela paralização do campeonato e nós estaremos juntos nesta briga.


O senhor trabalha em um dos maiores clubes do mundo, com uma estrutura extraordinária, com um ELENCO numeroso, formado por jogadores fantásticos e mesmo assim não encontra soluções internas para evitar lesões, desgastes e um bom rendimento técnico;


Que fique bem claro, o Sindicato nunca foi a favor de jogos abaixo de 78 horas, mas, devido ao excesso de competições e a necessidade permanente dos clubes de jogarem mais vezes, para melhorar suas receitas, fizemos o acordo que definiu que: o atleta não pode jogar com intervalo menor do que 66 horas. O clube, se assim quiser, pode jogar todos os dias;


Senhor Tite, não tente colocar o Sindicato como vilão de um problema.


Haja! Atue! Lidere! Se quiser, sem palavras ao vento, de fato paralisar o Campeonato, conte conosco.

Fonte: netfla.com.br