O
Flamengo
venceu o Bahia por 2 a 1 com gol nos acréscimos de David Luiz e assumiu a liderança do Campeonato Brasileiro. Em entrevista coletiva, o técnico Tite valorizou o resultado em meio a adversidade e mandou um recado para Julio Avellar, diretor de competições da CBF.
Indagado sobre o confronto com o Fluminense, o técnico enalteceu o adversário, que é o atual campeão da Libertadores, e reclamou do tempo de descanso diferentes para os clubes. O Tricolor jogou na quarta, ou seja, terá um dia a mais de preparação para a partida. O clássico está marcado para domingo, às 16h (de Brasília), no Maracanã.
– O Fluminense é o atual campeão da Libertadores. Podemos colocar dessa forma também. Depende do recorte. Mas é um grande clássico – disse Tite, antes de completar:
– Eu vou falar direto para ele, para o Julio Avellar que é o cara responsável pelo calendário. Ele tem que cuidar direitinho da sua atividade, da organização e do tempo de descanso das equipes. Tem atletas que vão estourar porque vão jogar em menos de 72 horas. Vai estourar lesão, joelho, tornozelo. Isso prejudica o clube, prejudica uma campanha, o atleta individualmente. Cuidado. Vou dar de novo o nome: Julio Avellar. Faça as coisas corretas.
O treinador apontou que o Rubro-Negro melhorou de atuação no segundo tempo e revelou a estratégia usada para o jogo contra o Bahia mesmo com tantos desfalques.
– Talvez a metáfora que tu tenha usado de lutar é jogar. Jogou muito no segundo tempo, mas jogou muito, engoliu. O primeiro tempo que teve bastante dificuldade. Jogou muito. Teve espírito que irradia do torcedor para o campo, nas ações que os atletas fazem. Esse unir de força faz ter esses momentos – comentou Tite.
– Nós marcamos na altura da bola. Tiro de meta marca alto, conseguiu sair jogando e furar um primeiro bloqueio, compacta atrás da linha da bola pressão média, conseguiu furar o bloqueio, transita, retorna e marca baixo. Essa é a ideia.
Em relação ao último jogo, o
Flamengo
conseguiu o retorno de Ayrton Lucas, Cebolinha e Allan. O auxiliar técnico Cléber Xavier, que estava ao lado de Tite na coletiva, detalhou o esforço dos atletas e do departamento médico na preparação para esta partida.
– Tem a dedicação de alguns atletas fazendo funções que nunca tinham feito tão rotineiramente. E atletas voltando antes do que a gente esperava. Sacrifício. Parabenizo o departamento médico e físico, e principalmente os atletas, que se propuseram a antecipar o processo. No último jogo estávamos sem 10 atletas. Hoje sem sete – comentou o auxiliar.
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Logo na sequência, Tite revelou ao torcedor algumas situações para valorizar alguns jogadores. O treinador citou Bruno Henrique, que quase ficou fora da partida contra o Athletico por um mal-estar, além de Allan que antecipou o retorno e atuou por cerca de 30 minutos contra o Bahia. O volante não tinha condições de iniciar o jogo nesta noite e, por isso, Léo Ortiz foi mantido na posição. O zagueiro foi elogiado por Tite por conta da improvisação, assim com o Léo Pereira que atuou como lateral nos últimos dois jogos.
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Após a coletiva, o gerente de futebol Luiz Carlos fez um pronunciamento e reforçou o discurso do técnico Tite em relação ao risco de lesões dos atletas. O dirigente afirma que o
Flamengo
é o clube mais prejudicado neste período de Copa América.
– São 11 jogos que vamos ter esse desiquilibro sem os selecionáveis. Isso vem acarretando atletas sendo expostos, correndo riscos de lesões. Vamos agora para o segundo jogo em que jogamos com 66 horas de intervalo. Jogamos na casa do Athletico-PR (66 horas após o jogo contra o Grêmio). Agora vamos jogar um clássico contra o atual campeão da Libertadores (Fluminense), novamente, com 66 horas de intervalo, contra uma equipe que terá um dia a mais de descanso. Entendemos que o
Flamengo
é a equipe mais prejudicada nesse período de Copa América e pedimos que tenham um pouco mais de atenção e cuidado com a isonomia. Já foi pedido que a gente não fique repetidamente passando por isso. Jogar em 66 horas, ainda mais com todas as dificuldades, causa um prejuízo muito grande para nós – desabafou.
Formas de jogar
– Duas formas. Uma que ela é de velocidade. Se der espaço não vai nos controlar, porque é muita velocidade e qualidade dos lados. Vai ter mais posse de bola, mas não vai nos controlar. Nós vamos criar oportunidades. É inevitável, como aconteceu hoje. E em número de oportunidades mais vivas e mais claras. Quando tu tem um articulador pelo lado, tu tem mais jogo, uma ou outra. Das duas formas a equipe se encontrou – comentou e continuou:
– Dois homens de frente agudos, que fazem uma flutuação, porque o primeiro meio-campista deles faz uma iniciação e, por vezes, entra no meio dos zagueiros para fazer essa articulação. É uma equipe completa e muito boa equipe. Posse de bola é muito boa. Daqui a pouco não tem transição, mas em uma equipe você não vai ter tudo. E quando você tem o Gabi, que pode ser jogado dessa forma, você tem jogadores agudos e agressivos, de combinação curta de último terço do gramado.
Cléber Xavier sobre as soluções encontradas em meio aos desfalques
Preocupação a gente citou, e sempre trabalha pensando no próximo jogo. Amanhã, é descansar esses atletas e pensar na estratégia, qual time vamos colocar (contra o Fluminense), ver as avaliações dos departamentos médico e físico. A questão positiva é isso: tem muitos jogadores dando resposta positiva mesmo fora de suas posições. Jogadores da base, que estão surgindo e dando respostas positivas no pouco tempo que entram, às vezes até no jogo inteiro. A gente tá muito feliz com os meninos e os jogadores mais experientes que têm atuado fora de posição, e colaborado muito com isso.
Sobre a conexão da arquibancada com o time
Agradecer o torcedor pelo apoio. Nós nunca tivemos falta de vontade. Falta de vontade não é um adjetivo que se emprega para o futebol, quem não tem vontade é mau caráter. Por vezes é uma equipe melhor, por vezes tecnicamente ela está superior, por vezes emocionalmente, por vezes está pressionada, por vezes ela não está coordenada. Existem outros adjetivos. Estamos em um nível bastante elevado. Falta de vontade é de quem é vagabundo, de quem não quer trabalhar, traduzindo. A manifestação do torcedor nós temos que compreender, não é porque vencemos que está tudo bem, tem coisas a melhorar. No primeiro tempo, tem que ajustar mais, porque deu muita posse. Um ajuste e uma marcação melhor poderia ser feita já no primeiro tempo. Precisou ir para o intervalo ajustar. E não é porque venceu que tem isso. Se não a gente fica “venceu, tem vontade e tem garra”. E aí, quando perdeu…
Tem dia que o atleta está inspirado. O Bruno Henrique está sem suas melhores condições, mas precisava entrar, porque não tinha gente. Não tinha gente. Se tinha, era um jogador específico que não estava pronto ainda para jogar. O Werton ainda não está pronto para jogar, sabe? Essas compreensões são necessárias para perceber que existem profissionais, que existem sentimentos. Tem muita relação humana por trás. Tem muito atleta de alto nível que joga sempre com dor. Só para gente entender um pouco mais do contexto da bola.
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Flamengo
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Fonte: netfla.com.br